quarta-feira, 30 de novembro de 2011

RESPOSTA AO PROGRAMA MAIS VOCÊ

Quando eu assisti o programa , realmente não entendi a campanha ,nem a maneira como o programa foi conduzido, foi um susto . Gostaría de compartilhar aqui a resposta dada pela Associação Brasileira de Psiquiatria:


Resposta ao programa Mais Você

Senhor editor,
O programa Mais Você desta segunda-feira (28/11) trouxe duas matérias e uma entrevista com o neurologista Eduardo Mutarelli. Surpreendeu-nos negativamente, assim como toda a comunidade medica que representamos, a discussão que colocou em dúvida a existência do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Tendo em vista a condução equivocada do programa, fazemos as seguintes considerações, já ratificadas por psiquiatras de todo o país:
1. O que hoje chamamos de TDAH é descrito por médicos desde o século XVIII (Alexander Crichton, em 1798), muito antes de existir qualquer tratamento medicamentoso. No inicio do século XX, um artigo científico publicado numa das mais respeitadas revistas médicas até hoje, The Lancet, escrita por George Still (1902), descreve a TDAH. Essa descrição é quase idêntica a encontrada nos atuais manuais de diagnóstico, como o DSM-IV da Associação Americana de Psiquiatria.
2. Os sintomas que compõem o TDAH são observados em diferentes culturas: no Brasil, nos EUA, na Índia, na China, na Nova Zelândia, no Canadá, em Israel, na Inglaterra, na África do Sul, no Irã etc.
3. O TDAH é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde como transtorno mental e está listado na Classificação Internacional de Doenças (CID). E, como afirmou uma das matérias veiculadas em seu programa, segundo a OMS, 4% dos adultos e 8% das crianças e adolescentes de todo o mundo sofrem de TDAH.
4. Mais de duzentos artigos científicos já foram publicados demonstrando alterações no funcionamento cerebral de portadores de TDAH. Ressalte-se que os achados mais recentes e contundentes são oriundos de centros de pesquisa como o National Institute of Mental Health dos EUA.
5. Todo e qualquer tipo de medicação, principalmente os dispensados por prescrição médica, possuem contraindicação. Entretanto, são inegáveis os benefícios levados aos pacientes que realmente necessitam dela.
Diante do exposto, façamos uma reflexão. Se fosse uma doença “inventada” ou “mera consequência da vida moderna”, seria possível o TDAH atravessar mais de um século com a descrição dos mesmos sintomas? Se o TDAH fosse apenas “um jeito diferente de ser” e não um transtorno mental, por que os portadores, segundo pesquisas científicas, têm maior taxa de abandono escolar, reprovação, desemprego, divórcio e acidentes automobilísticos? Por que eles têm maior incidência de depressão, ansiedade e dependência de drogas? Se fosse tão somente um comportamento secundário ao modo como as crianças são educadas, ou ao seu meio sociocultural, como é possível que a descrição seja praticamente a mesma em regiões tão diferentes?
O fato inquestionável, senhor editor, é que o TDAH é um dos transtornos mais bem estudados da medicina e com mais evidências científicas que a maioria dos demais transtornos mentais.
Os pacientes e seus familiares merecem mais cuidado e atenção. É lamentável que um repórter se passe por um doente mental para escrever uma matéria e, ao final de uma semana sustentada por mentiras, se coloque na posição de aconselhar a quem quer que seja.
Imagine a gravidade da situação se esses pacientes, desinformados por essa matéria, param a medicação, tenham recaídas e venham a cometer atos graves. Quem será responsabilizado?
Ficamos imaginando os promotores da infância e adolescência e os conselheiros tutelares agindo em defesa desses pacientes.
Se houve, lamentamos os diagnósticos equivocados e o excesso de medicação informados por seu programa. Por outro lado, repudiamos toda e qualquer tentativa de se denegrir a atividade desempenhada pelo psiquiatra. Maus profissionais há em todos os lugares, inclusive entre os que, em vez de informar, prestam o curioso serviço de desinformar a população brasileira.
Com o intuito de colaborar e em função da importância do assunto, gostaríamos de ter resposta equivalente ao tempo que foi dado às discussões no programa desta segunda-feira. Sabemos que essa produção se pauta pelo interesse do cidadão e não se furtará a melhor esclarecer um assunto que é importante para milhares de pacientes, de norte a sul do país. Para tanto, colocamo-nos à disposição, assim como toda a grade de associados da ABP, para levar os esclarecimentos pertinentes. Lembramos também ser necessário ouvir as associações de familiares e pacientes com TDAH e mostrar a realidade vivenciada por eles.
Aproveitamos para convidar o senhor editor e toda a equipe do Mais Você para se engajarem na luta contra o preconceito que há em relação ao doente mental e ao psiquiatra. Pensando em como acabar com o estigma que paciente e médico carregam, a Associação Brasileira de Psiquiatria lançou a campanha “A Sociedade contra o Preconceito”, no último Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no início de novembro. A campanha ganhou a adesão das atrizes Cássia Kiss Magro e Luíza Tomé, do locutor esportivo Luciano do Valle e dos escritores Ferreira Gullar e Ruy Castro. Pessoas que entendem a perversidade que é estigmatizar o doente mental porque passaram por isso, pessoalmente ou com familiares próximos.
Contamos com a sensibilidade do senhor editor e dos colaboradores do Mais Você para contribuir com o fim do preconceito e não alimentá-lo ainda mais.
Antônio Geraldo da Silva
Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria




 

Explosões de Ira e Tourette

E as crises curtas de  súbito comportamento explosivo?


Segundo foi relatado no livro Tiques ,Cacoetes, Síndrome de Tourette  , pelos organizadores Eurípedes Miguel e Ana Hounie , cerca de 40% das crianças com Tourette  podem apresentar os famosos  " ataques de raiva ".

 Relata ainda que uma criança mesmo habitualmente simpática e boa pode ter um comportamento explosivo que dura poucos minutos. Ainda de acordo com o livro , os ataques de raiva não  apresentam intenção e nem raiva dirigida a um objetivo específico, é algo que acontece de forma súbita e dramática e vem junto com um imenso sentimento de perda de controle.

E foi conversando com algumas "mães da  Tourette " ,através  da famosa troca de experiências que passei a compreender mais destas 'explosões de ira".

E uma das dificuldades maiores nesses momentos , e não falo apenas por mim, falo por várias, é a relação entre as explosões e o limite . Como saber aplicar o limite sem ser injusta ou intolerante ?

Não tenho dúvidas quanto ao fato de que limite é necessário a vida, tenho plena consciência que eles devem ser aplicados, mas juntando Tourette, adolescência e as explosões, no dia a dia , fica dificil, aliás ,muito difícil.

Até porque essa dificuldade de ensinar limites , não é só nossa(mães da Tourette), eu por exemplo, tenho dois filhos  em idade de aprender limites e não melhora o fato de um ter a síndrome e o outro não .

Mas a dificuldade é muito maior na Tourette, porque sabemos que as explosões são involuntárias, eu chego a compará-las como um movimento , começam com uma contrariedade , uma coisa simples e se transformam num turbilhão de emoções.

E esses ataques tem uma característica bem comum , que nós mães percebemos, é o fato de se arrepender , sentir uma tristeza por ter agido assim.

O que nos causa esta dificuldade e insegurança diante desta explosões é o fato de antes não sabermos que era um fator comum entre crianças e adolescentes com Tourette. Para mim foi muito importante este diálogo , esta descoberta . Hoje , tenho uma reação diferente a esses momentos , consigo compreender e agir sem medo.

E não tem fórmula mágica , descobrimos que é errando que aprendemos .

Hoje , lendo o livro Tiques, Cacoetes , Síndrome de Tourette  , pude comparar a teoria , pesquisada , avaliada e estudada, com a nossa experiência . E isso , falando por mim agora, me tranquiliza. Não estávamos erradas ao não desistir , ao dizer: existe algo errado, em não aceitar e dizer: não consigo educar : eu falhei. Apenas nos dar forças e bases mais do que reais para entender e continuar, na verdade alivia o caminho , nos tira o peso do erro.

Algumas informações que retirei do livro :

- A crise agressiva não tem alvo definido.

- Pacientes com ataques de raiva sentem tensão ou excitação

- Logo após a crise  sensação de alívio e intenso remorso

-São crises imprevisíveis

- Fatores agravantes: sono, fome, alguma atividade em particular

Importante: durante a crise , que já sabemos , dura alguns minutos, não devemos querer educá-las . Neste momento , os limites não serão aceitos, até porque nessa hora não conseguem entender o que lhes é dito. Deixamos o desabafo acontecer, ficamos por perto, e as coisas vão se acalmando por si só. Logo vem o arrependimento e só com bastante tempo do ocorrido, podemos abordá-los com uma boa conversa.

O livro esclarece , o que eu acho muito relevante , o fato de que torna-se desnecessário criticá-lo por seu descontrole , já que é involuntário (como um tique) e  ele mesmo já se arrepende.

Só tenho uma receita a passar: Paciência, paciência e se faltar, mais paciência.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Tourette e a Ritalina


 Ritalina e Tourette

Demorei bastante para voltar a falar do relacionamento entre a Tourette e a Ritalina do meu filho, e confesso que estou muito satisfeita.

 Demorei porque  queria ver o efeito do medicamento em todos os aspectos. E vi.

Hoje assisti uma reportagem no Mais Você , sobre a banalização do Deficit de Atenção e do uso do Metilfenidato.  Vejam a reportagem neste link  http://maisvoce.globo.com/videos/v/mais-voce-debate-a-banalizacao-do-diagnostico-de-deficit-de-atencao/1711367/.

 Realmente , como leiga, mas também como mãe que permitiu, depois de muito relutar, o uso do metilfenidato, concordo que nossas crianças e adolescentes sejam bem avaliados, aliás é tudo que desejamos. Mas chega a um ponto, que não podemos mais evitar, quando realmente o problema existe.

Concordo com algumas das hipóteses levantadas no programa como:  o problema pode existir pela falta de tempo dos pais em estar presentes nas tarefas dos filhos , ou por ser mais fácil de controlar a impulsividade da criança em sala ou na família, sim isso pode e deve existir em alguns casos.

 Mas , existem casos e casos,  também não podemos deixar de pesquisar e ajudar , ou até achar que é normal alguns comportamentos de nossos filhos.

Claro que como mãe, quanto mais segurança no diagnóstico , melhor! O diagnóstico deve ser bem estudado, não ser dado em apenas uma consulta , afirmo novamente que quanto mais segurança , melhor.

Mas quem sofre de defícit de atenção, sabe que ele existe e sabe em que atrapalha. E nós mães responsáveis e que temos um amor indescritível por nossos filhos (ao menos a maioria) cabe a nós o bom senso de saber até que ponto atrapalha , até que ponto prejudica. Não procuraríamos um médico apenas por querer nosso filho sossegado.

E o Metilfenidato, no caso em particular a Ritalina, nestes quase dois meses, percebi que o problema não era meu filho e sim no meu filho, quando começou a usar Ritalina ,( eu até já falei antes aqui no blog) ,de alguns sintomas perdeu o apetite, me apavorei , ele deixou de comer, teve diarréia, mas esses sintomas por uns dez dias. Como não tomava nos finais de semana , durante esses dias ele se alimentava melhor, e foi voltando a se alimentar , até de forma mais saudável. Diarréia passou.

Os movimentos se alternavam em muitos e poucos, mas nada tão grave, não ficava dopado, não dava trabalho para acordar, o humor oscila , talvez pela idade, não teve pesadelos, demora a dormir bem mais que o normal.

Quanto a falta de completar um raciocínio diminuiu logo nos primeiros dias , meu filho conversava sem ficar aperriado por circular na conversa e quase não chegar a algum lugar. Impressionante a felicidade ao perceber que estava entendendo sem precisar pedir que  para repetir a conversa várias vezes.

A atenção demorou mais um pouco, foi voltando aos poucos e ele percebia cada avanço, o que ele perdeu durante o ano, até em relacionamento foi recuperado, hoje ele dá sua opinião com a maior tranquilidade possível, e na escola o avanço é notório.

Quanto os tiques da Tourette estão como sempre esteve. Hoje parei a Ritalina, até segunda ordem(médica), as aulas acabaram , se ele conseguiu recuperar tudo , já está de férias.

Foi e é muito bem acompanhado, entendo o alerta, mas em vários casos bem avaliados é um mal necessário.




Como a poluição pode alterar nosso cérebro:alerta!!!!

Como a poluição pode alterar nosso cérebro






Se você quer que sua mente funcione melhor e esteja mais protegida da deterioração precoce, utilize uma máscara para filtrar o ar que respira quando a poluição aumenta, procure escolher para viver uma vizinhança livre de fumaças e com amplas áreas verdes ou, pelo menos, reduza a quantidade de horas diárias que permanece exposto à contaminação atmosférica.

Definitivamente: para cuidar do cérebro convém se aproximar todo o possível do ar puro e se afastar o mais que puder do contaminado.

São as recomendações que poderiam ser retiradas de uma recente pesquisa com roedores de laboratório, realizada pela Universidade Estatal de Ohio (OSU, segundo a sigla em inglês), segundo a qual a exposição a longo prazo à poluição do ar pode ocasionar mudanças físicas no cérebro, assim como problemas de aprendizagem, memória e quadros depressivos.

"Outros estudos demonstraram os efeitos daninhos da contaminação do ar no coração e nos pulmões, mas este é um dos primeiros que mostra seu impacto negativo no cérebro", explicou a estudante de doutorado em neurociência Laura Froken, principal pesquisadora do estudo na OSU.

De acordo com Laura, "uma exposição prolongada ao ar contaminado pode ter efeitos negativos visíveis no cérebro, o que poderia causar vários problemas de saúde".

Para sua pesquisa, um grupo de ratos foi exposto a ar filtrado e outro ao ar contaminado, durante seis horas diárias, cinco dias por semana, durante dez meses, um lapso equivalente a quase a metade do período de vida da cobaia.

O ar contaminado continha partículas diminutas, de uma trigésima parte da grossura comum de um fio de cabelo humano, do tipo que liberam para o ar carros e fábricas, e também provenientes de pó natural, as quais podem alcançar áreas profundas dos pulmões e de outros órgãos.

O ar sujo que respiramos




A concentração de partículas à qual os ratos foram expostos equivale à que um ser humano é submetido em algumas áreas urbanas poluídas, de acordo com os pesquisadores.

Após dez meses de exposição ao ar poluído ou ao filtrado, os pesquisadores realizaram uma variedade de testes de conduta nos animais, comprovando que aqueles que respiraram o ar contaminado tiveram mais dificuldades para aprender e lembrar, comparados com os quais receberam ar limpo.

Em outros testes, os roedores expostos ao ar poluído mostraram mais comportamentos depressivos e níveis mais altos de ansiedade que os que respiraram ar filtrado.



Estrada da cidade holandesa de Haia (Foto: EFE)
Ao estudar o hipocampo dos animais - uma área cerebral relacionada à aprendizagem, à memória e à depressão – foram observadas diferenças físicas claras entre o dos ratos expostos ao ar contaminado e o dos quais não foram, assinalou Laura, que é membro do Instituto de Pesquisa de Medicina do Comportamento da OSU.

"Estudos prévios mostraram que este tipo de mudanças no hipocampo cerebral estão relacionados com uma diminuição da aprendizagem e da memória", assinalou o pesquisador Randy Nelson, coautor do estudo eprofessor de neurociência e psicologia na OSU.

A contaminação do ar inclusive poderia afetar os seres humanos quando estão sendo gerados no ventre materno, afetando o desenvolvimento potencial de sua inteligência quando nascem.

Em uma pesquisa publicada na revista científica “Environmental Health Perspectives”, e no serviço de notícias científicas “Neomundo”, se comprovou que os bebês cujas mães foram expostas ao ar poluído durante a gravidez poderiam sofrer problemas em seu desenvolvimento cognitivo tempos depois, ao redor dos cinco anos de idade.


Os resultados do estudo, realizado na Cracóvia (Polônia) pelo Centro Colúmbia de Saúde Ambiental Infantil de Nova York (CCCEH, Estados Unidos), confirmam os dados de outro similar realizado na cidade de Nova York e apresentam novos indícios dos efeitos dos poluentes do ambiente urbano na saúde humana.



Partículas HAP, uma ameaça invisível

Os especialistas do CCCEH examinaram se as crianças expostas a níveis altos de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) apresentavam uma menor capacidade intelectual e de raciocínio.

Os HAP incluem ao redor de cem substâncias químicas que são liberadas no meio ambiente quando são queimados combustíveis fósseis usados para transporte, calefação e produção de energia, entre muitos outros usos.

Na pesquisa participaram 214 crianças nascidas entre 2001 e 2006 na Cracóvia, todos procedentes de mães saudáveis e não fumantes, as quais usaram durante a gestação dispositivos em uma mochila para medir a contaminação do ar. Além disso durante sua gravidez foram retiradas das mulheres amostras de sangue e elas responderam vários questionários.

Seus filhos foram submetidos a um acompanhamento até que completaram cinco anos de idade, quando executaram um Teste de Matrizes Progressivas de Raven (MPR) uma prova destinada a medir a capacidade intelectual.

Além disso, foram levados em conta outros fatores que poderiam se relacionar com uma capacidade cognitiva infantil reduzida, como a concentração de chumbo, a inalação de fumaça de tabaco e o nível de estudos da progenitora.

Os pesquisadores do CCCEH descobriram que as crianças expostas a níveis elevados de HAP durante a gestação tiveram um pior rendimento nas provas MPR de capacidade intelectual e de raciocínio, comparados com aqueles cujas mães quase não tinham sido expostas a estes compostos poluentes.

"O efeito sobre a inteligência era comparável ao das crianças de Nova York expostos em fase pré-natal aos mesmos poluentes atmosféricos em um estudo anterior", explicou a professora Frederica Perera, diretora do CCCEH da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Colúmbia (EUA) e coautora do estudo.

Para a pesquisadora "isto é preocupante pois o coeficiente intelectual é importante para prever o rendimento acadêmico futuro e os HAP são abundantes nas cidades de todo o planeta."

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Vidacomtourette agora no RIOSTOC !!!!

Amigos da Tourette,

 Fiquei muito feliz com este e mail  que recebi ,  isso significa que mais pessoas  participarão de nossas vidas com tourette, e juntos trocaremos experiências. Isso é maravilhoso.
Um enorme abraço a todos da RIOSTOC!!!!




Olá Daniela, depois de uma consulta junto ao nosso Comitê Científico, inseri
seu blog em nosso site ( links ), para que mais pessoas possam compartilhar
com vc e assim progredir em seus tratamentos.
Conte sempre conosco e parabéns pelo seu trabalho
Assibe Selim
www.riostoc.org.br

Histórias de todos nós em Três Minutos de Liberdade

È difícil colocar em palavras o que se sente e mais difícil ainda se fazer entender. E o Luis conseguiu os dois.
 Foi inevitável, ver em suas palavras o meu filho.
O Luis colocou no papel o que é viver com a Tourette, mas escreveu isso com a alma. Sem mágoa, sem dor, com a felicidade de quem vive .
Constumamos ver o que a Tourette causa, suas comorbidades, seus ataques de fúria, dificilmente encontramos textos assim.
Dizem que a vida é um aprendizado constante, eu diría mais, estamos sempre reaprendendo. Com o Luis e com todos do Mistics, reaprendi a Tourette. E  Tourette é vida, Tourette é futuro , sonhos e realizações. Aprendi ainda, que tudo tem dois lados ,o positivo e o negativo, vai depender de por onde você vai querer olhar.



Escrito por:
Luis Lehmann  é médico especialista em diagnóstico por imagem
Buenos Aires ,e tem o blog
http://mistics1.wordpress.com
Portador de Tourette




                                                 Três minutos de liberdade


"Todos os  dias pela manhã quando  acordo,  são três minutos durante os quais, talvez porque eu ainda estou dormindo e meu cérebro também, me sinto livre de tudo. Pensamentos, emoções e acima de tudo ...da síndrome.

 Os três primeiros minutos em que abro os olhos, é como nascer de novo. Eu sei que não vou me sentir mais assim durante o dia: Eu não tenho desejo de fazer tiques.

 É como se por um período breve me foi dado um momento de paz, tranquilidade no oceano da mente. Respiro profundo e finjo que nesse momento observo uma paisagem incrivelmente bela, pintada num quadro, de um lugar onde você sabe que jamais poderá conhecer .

Eu guardo  esse sentimento como uma recordação no mais profundo de minha alma, como quem guarda zelosamente uma jóia num lugar secreto e predileto de sua casa.

Porque eu sei que em apenas um momento,  as águas se agitarão de novo e os tiques e pensamentos inevitáveis voltarão.

 Começa o dia e só há um caminho para onde ir , e é seguir adiante. Ali no horizonte, me esperam os próximos três minutos.

Mas  um dia todo de vida me espera, com seus desafios, seus  momentos bons e seus momentos maus, que definitivamente só  nos mostram algo muito simples, mas não menos  importante: estamos vivos.

E para ser honesto eu tenho que admitir ,viver com a síndrome me ensinou muitas coisas, a tal ponto que eu não sei se eu queria começar de novo sem ela, porque vivendo assim , eu aprendi ...

... Que a vida está além das adversidades, e que todas de alguma forma, podem ser enfrentadas ...

... Não há solução única para um mesmo problema. Que com força e ânimo podemos chegar, assim como outros, por  outro caminho ...

... a sentir empatia e compreensão para quem todos os dias sofre de algo que não pode livrar-se como uma sombra ...

... a ser  lutador, e dos valentes que se atrevem a ultrapassar as barreiras que todos dizem ser intransponíveis.

Então , tudo não terá sido uma tortura se no final, for um grande mestre.

De toda forma, eu sei que vou esperar pelos meus próximos três minutos, e eu vou desfrutar como ninguém , porque ninguém melhor do que eu  para saber  o quanto eles valem"

                                                                       Luis Lehman

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Medicamentos para alívio de sintomas

Tratamento para Tiques e Síndrome de Tourette – Grupo de Medicamentos para alívio de sintomas e controle de tiques

Fonte: http://www.psicologiananet.com.br

O uso de medicamentos ocorre em pequenas doses, com aumentos graduais até que se atinja o máximo de supressão dos sintomas com o mínimo de efeitos colaterais.
A posologia dos medicamentos varia para cada paciente, necessitando ser avaliada atentamente pelo médico.
No grupo dos medicamentos utilizados no tratamento dos portadores de transtornos de tiques, encontram-se os antidepressivos tricíclicos, usados também no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade associados.
Estudos mostram que os antagonistas dos receptores dopaminérgicos reduzem a freqüência e a severidade dos tiques em cerca de 70% dos casos.
Dessa forma, os antagonistas dos receptores de dopamina são largamente utilizados.
O haloperidol, um neuroléptico com ação antagônica sobre os receptores dopaminérgicos, foi o mais utilizado inicialmente na Síndrome de Tourette.
O tratamento, entretanto, apresenta uma série de efeitos adversos, como sintomas extrapiramidais de características parkinsonianas, sedação, disforia, hiperfagia com ganho de peso e, o mais grave, discinesia tardia.
A pimozida tem sido proposta como alternativa ao haloperidol, devido à eficácia comparável e menor ocorrência de efeitos adversos extrapiramidais. Por outro lado, este medicamento possui efeitos de maior gravidade, envolvendo o sistema cardiovascular, incluindo ainda sedação e disfunção cognitiva.
Na prática clínica, existe uma forte tendência a substituir os chamados antagonistas típicos de receptores dopaminérgicos, tais como, haloperidol e pimozida, pelos antagonistas atípicos (risperidona, olanzapina e, em menor extensão, quetiapina) ou por agonistas dos receptores alfa-2-adrenérgicos como a clonidina e a guanfacina.
Os antagonistas atípicos oferecem poucos efeitos adversos e vêm substituindo, gradualmente, o haloperidol e a pimozida, como suporte principal no tratamento dos tiques.
Os efeitos adversos do uso da risperidona são a sedação, aumento de apetite e elevação dos níveis de prolactina. Embora sintomas extrapiramidais sejam eventualmente observados, esses são muito menos freqüentes do que com o uso de haloperidol ou pimozida. Disforia e depressão podem ocorrer em indivíduos predispostos durante o tratamento com risperidona.
Alguns estudos indicam efeito terapêutico da quetiapina no tratamento de tiques, sendo requerida em altas doses (200 a 500 mg ao dia), entretanto, pode provocar o aumento de peso corporal do paciente.
A olanzapina parece ser uma droga eficaz no tratamento da Síndrome de Tourette apresentando redução global dos tiques graves e 75% apresentaram melhora parcial do quadro, bem como, de sintomas agressivos presentes na síndrome, sem efeitos colaterais significativos, se comparados com os apresentados no uso dos neurolépticos típicos.

Moléculas que mimetizam agonistas alfa-adrenérgicos, como a clonidina e a guanfacina, também podem ser utilizadas no tratamento da Síndrome de Tourette, apresentando resultados positivos em estudos controle.

Outro agonista seletivo para o receptor alfa-2 é a guanfacina que tem sido sugerida como substituta à clonidina no tratamento da Síndrome de Tourette.
Outras drogas como a nicotina, tetrabenazina e benzodiazepina também são atualmente empregadas em tratamentos alternativos da Síndrome de Tourette, bem como, a injeção de toxina botulínica, que pode ser uma boa opção terapêutica para o tratamento de tiques motores e em alguns casos para tiques vocais.

Finalmente, resultados positivos foram verificados com o uso da tiaprida, da sulpirida e da amisulprida, com melhoras substanciais dos sintomas. A primeira mostrou-se eficaz no controle dos tiques em crianças, com a vantagem de não produzir efeitos discinéticos marcantes.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Jovens com Síndrome de Tourette ,realizando sonhos, vivendo suas vidas , convivendo da melhor maneira com a síndrome, enfrentando suas dificuldades e indo adiante...
Tudo que vejo, fico feliz em compartilhar. Sim , isso é a vida: lutar, sorrir, chorar, lutar de novo e não desistir de sonhar !!!!! 
Realizar sonhos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Fonte : youtube

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Terminologia da Síndrome de Tourette

Terminologia da Síndrome de Tourette
Tique: contração muscular súbida, espasmódica e involuntária

Tique motor: tiques que envolvem movimentos

Tique vocal: tiques que envolvem expressões vocais

Tique simples: tique que envolve um pequeno número de grupos musculares. Um exemplo comum é o piscar de olhos. Sons guturais também são considerados como tiques vocais simples.

Tique complexo: tique que envolve padrões distintos e coordenados de grupos musculares diferentes. Um exemplo comum é o piscar de olhos, juntamente com o encolhimento de ombros e as caretas. Um tique vocal completo envolve a expressão espontânea de palavras e frases.


Ler mais: http://doencas-raras.webnode.com/sindrome-de-tourette/
Quanto mais pesquisas, melhor!!!
Fico muito empolgada com pesquisas sobre Tourette, sinal de que tem alguém , em algum lugar, estudando, estudando e estudando...


As bases neurobiológicas do transtorno obsessivo-compulsivo e da síndrome de Tourette (continuação)
Marcos T. MercadanteI; Maria C. Rosario-CamposII,III; Lucas C. QuarantiniIII; Fabio P. SatoII



Genética

A importância de fatores genéticos na etiologia do TOC e da ST tem sido enfatizada por estudos de família, estudos com gêmeos e, mais recentemente, estudos de genética molecular. Os estudos genéticos têm ressaltado também a heterogeneidade desses dois quadros.

Estudos genético-familiares recentes têm ressaltado que o TOC é um transtorno geneticamente heterogêneo e têm enfatizado a importância da idade de início dos SOC para as taxas de risco familiar. Existe um consenso de que quanto mais precoce é o início dos SOC, maior o risco de morbidade para TOC e SOC entre os familiares. Por exemplo, o risco de morbidade familiar aumenta em mais de duas vezes quando se considera apenas pacientes com início dos sintomas anterior à puberdade.

Estudos com gêmeos revistos por Rasmussen & Tsuang apresentam uma concordância para monozigóticos de 53 a 87% e para dizigóticos de 22 a 47%, reforçando a importância de fatores genéticos.

As análises de segregação para o TOC realizadas até o presente não conseguiram estabelecer o modelo de transmissão. Contudo, Alsobrook et al.conseguiram refutar a hipótese de "não-transmissão" genética ao avaliar os casos claramente familiares, isto é, com mais de uma pessoa portadora de TOC na família. Os autores concluem que o modo de herança é complexo, não seguindo um padrão mendeliano simples.

A maioria dos estudos com famílias portadoras de ST sugerem que o modo de herança é autossômico dominante com penetrância incompleta. O estudo de pares de irmãos com ST, realizado nos últimos 3 anos pelo consórcio internacional de ST, apontou duas regiões do genoma com lod scores maiores que 2.0. A primeira região encontra-se no cromossomo 4 (lod score = 2.3), e a segunda, no cromossomo 8 (lod score = 2.1).

A associação entre o TOC e a ST tem sido enfatizada também por estudos genético-familiares. Esses estudos têm revelado não apenas taxas aumentadas de SOC e TOC em familiares de pacientes com ST47,, mas também aumento de tiques e/ou ST em parentes de pacientes com TOC. Concluindo, os estudos com famílias também sugerem que alguns casos são familiares com relação à presença de tiques, outros são familiares, mas não com relação à presença de tiques, e outros, ainda, não têm história familiar para tiques ou TOC.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TOC E TOURETTE

As bases neurobiológicas do transtorno obsessivo-compulsivo e da síndrome de Tourette

Marcos T. Mercadante; Maria C. Rosario-Campos; Lucas C. Quarantini; Fabio P. Sato

fonte de pesquisa:
http://www.psiqweb.med.br

Transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de tiques

O TOC é um quadro crônico, caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. Os estudos sugerem a existência de diferentes subtipos, sendo, portanto, considerado um transtorno heterogêneo. Entre os possíveis subtipos, um tem sido melhor delimitado, o TOC associado a tiques ou à ST .


Estima-se atualmente que 2 a 3% dos adolescentes apresentem TOC, sendo possivelmente menos freqüente em crianças. Já as taxas de prevalência para a ST são de 1 em cada 1.000 homens e 1 em cada 10.000 mulheres.

 Os estudos epidemiológicos sugerem que 5% dos pacientes com TOC também apresentam ST, e 20% apresentam associação com TT.

Quadro clínico

Diagnosticar o TOC na infância nem sempre é tarefa fácil. Freqüentemente a criança esconde seus sintomas, sendo que os pais podem levar bastante tempo para notar a presença do problema. Não raro, os sintomas só são percebidos quando surgem ferimentos na pele ou lacerações na gengiva, decorrentes de rituais de limpeza, ou então pelo aumento do tempo gasto no banheiro, diminuição do desempenho escolar, tempo excessivo para adormecer ou comer.

Além do caráter sigiloso do TOC, a imaturidade cognitiva da criança acaba dificultando que a mesma defina o conteúdo dos seus pensamentos de forma clara. Já os tiques são facilmente reconhecidos. Habitualmente começam na região da face, com tiques simples como piscar os olhos, comportamento muitas vezes interpretado como apenas uma irritação dos olhos. Os tiques vocais tendem a iniciar mais tardiamente e, assim como os motores, habitualmente são confundidos com algum quadro inflamatório de vias aéreas superiores.


Associação entre TOC e tiques

O TOC com início antes da puberdade tende a ocorrer mais em meninos, e freqüentemente está associado a tiques motores. Esse quadro é diferente do observado no TOC de início mais tardio, em torno do início da segunda década de vida, que é mais freqüente em mulheres e tende a apresentar melhor resposta terapêutica. As evidências sugerem que o TOC e a ST apresentam relações genéticas e patofisiológicas. Nesse sentido, as disfunções dos gânglios da base e dos circuitos cortico-estriatais relacionados podem ser comuns aos dois quadros.

Compulsões "tic-like" estão presentes em 70 a 80% dos pacientes com TOC e ST e em 20 a 40% dos pacientes com TOC associado a tiques. Além disso, existe uma diferença nas experiências subjetivas que precedem ou acompanham os comportamentos repetitivos (compulsões ou tiques). Os casos de TOC sem comorbidade com tiques apresentam, mais freqüentemente, pensamentos, idéias ou imagens (fenômenos cognitivos) e sintomas somáticos de ansiedade (fenômenos de ansiedade autonômica) precedendo seus comportamentos. Os casos de TOC associado a ST ou de ST isolada, no entanto, relatam sensações desconfortáveis, físicas e/ou mentais (fenômenos sensoriais), precedendo os comportamentos repetitivos. Essas diferenças psicopatológicas têm sido úteis para o clínico poder identificar possíveis subgrupos, que parecem ter respostas diferenciadas aos tratamentos .



Os estudos atuais procuram identificar maneiras mais vantajosas para a investigação clínica e psicopatológica. Uma tendência tem sido agrupar obsessões e compulsões segundo determinadas dimensões (ou fatores) obtidas pelos métodos estatísticos de análise fatorial e análise de clusters. As seguintes dimensões sintomatológicas estão sendo propostas: obsessões de agressão/compulsões de verificação, obsessões sexuais, religiosas e somáticas/compulsões de verificação, obsessões de simetria e compulsões de ordenação/arranjo, obsessões de contaminação e compulsões de limpeza, e obsessões e compulsões de colecionismo.

A grande vantagem dessa abordagem, além de otimizar a investigação clínica, é verificada nos estudos de genética. Por exemplo, Alsobrook et al. relataram que, quando os probandos apresentaram altos escores nos fatores obsessões de agressão, sexuais, religiosas e somáticas/compulsões de verificação e obsessões de simetria /compulsões de ordenação, seus familiares de primeiro grau apresentaram um risco duas vezes maior de desenvolver TOC, tiques e ST. Mataix-Cols et al. relataram que pacientes que apresentavam sintomas no fator colecionismo apresentavam uma pior resposta ao tratamento com psicofármacos.

O mesmo tipo de procedimento pode ser observado na investigação da ST, na qual quatro fatores ou dimensões têm sido propostas: fenômenos agressivos (chutar, brigar, explodir), sintomas puramente motores e fônicos, fenômenos compulsivos (tocar, repetir falas, limpar a garganta) e uma dimensão complexa que reúne uma série de comportamentos.

Diagnóstico diferencial

O diferencial entre TOC e outros transtornos de ansiedade é matéria de extremo interesse para o avanço de um modelo de continuum psicopatológico. Por exemplo, a ansiedade de separação pode ser semelhante ao TOC quando a criança, além de sofrer pela ausência dos pais, ainda fica preenchida por pensamentos de que algo ruim possa acontecer a eles. Pacientes com quadro de pânico podem parecer obsessivos com idéias repetitivas de que vão adoecer, ou mesmo apresentar um comportamento compulsivo de verificação do seu estado de saúde. Além disso, pacientes com TOC freqüentemente experimentam episódios de intensa ansiedade, manifestando verdadeiros episódios de pânico. Crianças com obsessões somáticas (idéias obsessivas de doença) podem ter seus sintomas confundidos com sintomas do transtorno de pânico.

A comorbidade entre TOC e quadros depressivos é elevada (20 a 73% das crianças e adolescentes). Idéias ruminativas de conteúdo depressivo podem ser confundidas com pensamentos obsessivos, sendo que a presença de comportamentos repetitivos é um dos fatores que pode auxiliar na distinção dos dois transtornos.

Além das idéias prevalentes relacionadas com a depressão, outro tipo de sintoma que pode gerar certa confusão com o TOC são as idéias delirantes. No adulto, essa distinção tende a ser facilitada pelo fato da idéia delirante ser admitida como parte do sujeito. No entanto, em crianças, esta diferença nem sempre é clara. Quando isso ocorre, pode-se especificar o TOC como tendo um insight pobre ou associado a um diagnóstico de transtorno delirante ou transtorno psicótico sem outra especificação.

Por fim, alguns transtornos que na realidade têm sido considerados parte de um espectro obsessivo-compulsivo podem dificultar o diagnóstico. O transtorno dismórfico corporal (TDC), caracterizado por uma preocupação com um defeito na aparência que causa sofrimento significativo ou prejuízo social ou ocupacional, é raro na infância. Este quadro tende a surgir na adolescência e apresenta uma prevalência aumentada em pacientes com TOC associado à ST. Alguns dos transtornos classificados como transtornos do controle dos impulsos, entre eles o jogo patológico, a tricotilomania, as compulsões sexuais, a cleptomania e o "comprar compulsivo", também têm sido incluídos no conceito de espectro obsessivo-compulsivo. O mais comum na infância é a tricotilomania, comportamento repetitivo de arrancar os pêlos da cabeça ou do corpo, levando à perda perceptível de cabelo. Não raro, o hábito de arrancar os cabelos é observado como sintoma de outros transtornos, como esquizofrenia, deficiência mental, transtornos invasivos do desenvolvimento, transtornos de personalidade, transtornos do humor, transtornos de ansiedade e de abuso de substâncias.

Comumente, o diagnóstico diferencial dos tiques com os transtornos descritos acima não é difícil, uma vez que o padrão orquestrado, a capacidade da criança suprimir os movimentos, ao menos temporariamente, e a presença de sensações antecedendo os movimentos tendem a facilitar a definição do quadro. O diferencial deve ser feito em relação aos distúrbios do movimento, tais como os quadros distônicos, mioclônicos, coreicos, certas ataxias, discinesias, acatisias e estereotipias. As epilepsias parciais também podem assemelhar-se aos tiques. Por vezes, é difícil reconhecer movimentos discinéticos em pacientes que fizeram uso crônico de neurolépticos para tratamento dos tiques.

O diagnóstico diferencial entre o TOC e a ST muitas vezes é difícil, principalmente quando se considera a semelhança entre compulsões e tiques complexos. Um ponto a ser considerado é a sobreposição entre esses dois quadros. Um critério que tem sido utilizado é classificar o movimento repetitivo como tique complexo quando a criança apresenta outros tiques, mas nenhum sintoma de TOC. Da mesma forma, quando a criança apresenta outros SOC, mas nenhum tique, o comportamento repetitivo é considerado como uma compulsão.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Manias e Tiques

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo é bem conhecido dos portadores de Tourette, por este ser uma de suas comorbidades. Controlar os nossos pensamentos já é coisa bem difícil, fico imaginando a cabeçinha de pessoas com TOC. Que angustiante deve ser, repetir inúmeras vezes a mesma coisa, ou ter um pensamento fixo. E mais difícil ainda, é saber que se tem consciência do que está acontecendo e não conseguir afastar o pensamento. Nós, familiares , sofrememos muito também, primeiro antes do diagnóstico( porque, por mais que o TOC esteja sendo tão divulgado na mídia, os sintomas mais frequentes são os que aparecem) depois a impotência que sentimos, o medo do que mais pode acontecer, a dor de ver o sofrimento do portador, e a necessidade de ajudá-lo. Digo porque já senti tudo isso, e diante do que se vai ler, eu conheci apenas os mais leves e acreditem : é um sofrimento!
Mas , o começo dessa reportagem , nos alerta : conhecer nossos filhos  e verificar o "algo errado" é fundamental para um bom tratamento, principalmente dos que tem Tourette!


Transtorno Obsessivo-Compulsivo em crianças


        FONTE:  http://www.psiqweb.med.br

Um dos maiores enganos da população geral em relação aos problemas psiquiátricos que acometem as crianças é, justamente, acreditar que as crianças não têm problemas psiquiátricos.
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um desses exemplos. Ele surge como a persistência de algumas manias, alguns tiques e, quando a criança tem liberdade para falar sobre o que sente, de pensamentos absurdos que “não saem da cabeça”.

Embora esse quadro, causador de grande sofrimento, tenha geralmente início na adolescência ou começo da idade adulta, ele pode aparecer na infância de forma tão comum quanto em adultos. Cerca de 30 a 50% dos pacientes adultos com TOC referem que o início do transtorno foi na infância ou adolescência.


Com mais freqüência o início do TOC infantil é gradual, mas em alguns casos pode ser agudo e a média de idade para seu surgimento é dos 6 aos 11 anos. As crianças comumente tentam ocultar seus sintomas, dificultando assim um diagnóstico mais precoce. E o tratamento precoce minimiza muito o sofrimento e o prejuízo causado pelo TOC.

É habitual e até normal existir um pequeno grau de obsessões nas crianças, como por exemplo, não parar de contar as árvores ou postes que passam quando viajam de carro, não pisar nos riscos das calçadas, e coisas assim. Com o amadurecimento da pessoa e de seu sistema nervoso central esses pensamentos intrusivos vão desaparecendo, porém, não é incomum alguns adultos conservarem resquício desses pensamentos e até de comportamentos compulsivos, como por exemplo, verificar várias vezes se a porta está fechada, se o gás está aberto, etc.

O mais comum é que o TOC se manifeste em pessoas com forte traço de ansiedade na personalidade . Esse traço ou, quando mais intenso, esse transtorno obsessivo da personalidade é caracterizado por forte inclinação ao perfeccionismo, preocupação excessiva com detalhes, regras, listas, ordens, organização ou horários, insistência em impor aos outros o seu modo de desenvolver tarefas, indecisão, excesso de responsabilidade, inflexibilidade a respeito de regras, moral ou éticas, extrema dificuldade para expressar sentimentos, incapacidade de desfazer-se de objetos inúteis.
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As idéias podem aparecer sob formas de pensamentos, frases, imagens ou impulsos. A criança, em geral, tenta resistir e se livrar da idéia obsessiva e quando tem sucesso, obtém alivio temporariamente. Mas, de modo geral, a idéia obsessiva sempre é um pensamento ou idéia repetitiva que não sai da cabeça, mesmo contra a vontade do paciente e o grande esforço mental despendido tentando controlar tais pensamentos pode ser exaustivo.

Normalmente isso tudo não é notado pelas pessoas em volta. Entretanto, quando a criança começa a desenvolver atitudes ou rituais para afastar tais idéias como, por exemplo, tocar metodicamente objetos, repetir atitudes aparentemente sem propósito, negar-se a fazer coisas, passar por lugares, vestir determinadas roupas inexplicavelmente, aí sim a família começa manifestar estranheza.
As idéias são as obsessões e as atitudes estranhas (manias) são as compulsões, daí o nome obsessivo-compulsivo.


Umaidéia obsessiva comum é o medo patológico de perder o controle e realizar algum ato inadequado socialmente; envergonhar pessoas, cometer algum vexame publicamente, engasgar, derramar comida, etc. Isso acaba fazendo a criança retrair-se socialmente. Aqui também as idéias obsessivas fazem com que a criança pergunte inúmeras vezes a mesma coisa, e mesmo sabendo a resposta à sua dúvida, elas insistem em ouvir de novo e seguidamente.

As idéias obsessivas de sujeira e contaminação normalmente giram em torno de temas que envolvem excrementos humanos ou de animais, pó, suor, urina, sangue, germes, doenças, toxinas, radioatividade, etc. A criança pode ter idéias obsessivas quanto à sua própria auto-estima, achando-se suja, prostituta (se menina), homossexual (mais comum em meninos), pecadora e assim por diante.

Podem existir temas impessoais como, por exemplo, a conferência ininterrupta de contas, problemas matemáticos, figuras geométricas, solução de quebra-cabeças e enigmas, fechaduras, ordenação no arranjo dos mais variados objetos, cisma com determinadas palavras e números. De modo geral, é bom ter em mente que as idéias obsessivas são as mais variadas possíveis, chegando ao limite do bizarro, como, por exemplo, ficar ligando mentalmente, através de retas imaginárias, pontos abstratos da paisagem que se vê.

A compulsão é um comportamento sistemático, repetitivo e intencional executado numa ordem pré-estabelecida. As ações compulsivas não têm um fim em si mesmo, pois são racionalmente absurdas. Elas servem para prevenir ou aliviar a ocorrência de um determinado evento imaginário (acidentes com os pais, por exemplo) ou outras situações ameaçadoras. O ritual todo, por exemplo, pode ser assim: “se eu não bater na madeira 3 vezes, alguém de minha família terá câncer”... “se eu não tocar o objeto que vou pegar 5 vezes antes de pagá-lo, ele pode cair no chão e se quebrar”... “se eu não rezar 2 vezes essa oração, sem dúvida o capeta virá me buscar”...

O ato compulsivo é precedido por uma sensação de urgência, seguida de alívio temporário da ansiedade após a realização do mesmo. A pessoa tem consciência que tais atos são irracionais, apesar do ritual diminuir sua ansiedade. Essas atitudes compulsivas das crianças podem ser mal compreendidas pelos pais, os quais tentam corrigir com advertências, castigos ou agressões. É difícil também, algumas vezes, distinguir um tique de um comportamento compulsivo. De qualquer forma, aconselha-se aos pais que, diante de tiques, verifiquem a possibilidade do TOC.

Nas crianças, entretanto, é comum a dificuldade em relatar e descrever seus sintomas, principalmente solicitar ajuda, o que dificulta o diagnóstico e o início do tratamento. Compulsões comuns são de limpeza e descontaminação, como por exemplo, lavar repetidamente as mãos, roupas, objetos pessoais, limpar, lavar ou esterilizar objetos (roupas, sapatos, cadeiras, toalhas, etc.) que tenham sido “contaminados” de alguma forma. Isso se dá através de lavagem das mãos, esterilização e assepsia com álcool, banhos prolongados, rituais de limpeza determinados, uso abundante desinfetantes.

A compulsão de verificação diz respeito à necessidade imperiosa e absurda de testar, conferir ou examinar repetidamente, para estar seguro, determinados atos ou circunstâncias. Por exemplo, voltar inúmeras vezes para verificar se a porta está fechada, o gás desligado, a luz apagada, a janela fechada, a gaveta fechada, etc. Os rituais de verificação são preventivos, procurando assegurar que nenhuma catástrofe irá acontecer. O próprio paciente sabe que a possibilidade de ocorrer aquilo que imagina é muito remota, mas mesmo assim não consegue controlar a compulsão.

A compulsão de repetir ou tocar também é muito comum, uma vez que a própria característica das compulsões é a repetição. Acender e apagar a luz diversas vezes para aliviar a ansiedade da dúvida de ter deixado acesa, beijar um certo número de vezes uma imagem ou objeto sagrado para aliviar a ansiedade de que pode acontecer alguma coisa de ruim, etc. Com freqüência, a repetição implica ainda em um número definido de vezes. Assim uma pessoa pode lavar as mãos 13 vezes, ou repetir uma oração 18 vezes e assim por diante.

Os rituais compulsivos implicam em repetir de maneira precisa, seguindo regras arbitrárias e mágicas, praticamente litúrgicas. Antes de subir escadas, colocar o pé direito, tirar e colocar de novo ao mesmo tempo em que aperta a mão esquerda, por exemplo. Esses atos complicados e demorados podem limitar a vida social e ocupacional, obrigando-o a adotar alguns disfarces e dissimulações para que não percebam suas manias, já que o paciente tem noção do absurdo de seu comportamento.

Compulsão de simetria e ordem obriga o paciente a colocar objetos numa ordem e simetria pré-determinadas, como por exemplo, arrumar as camisas pela cor, simetricamente ou uma gaveta obsessivamente organizada, ou os objetos sobre a mesa de modo pré-estabelecido.

Há um tipo de comportamento compulsivo chamado de colecionismo, que consta em juntar objetos, ter extrema dificuldade de se desfazer das coisas, não jogar nada fora. É comum encontrar na casa dessas pessoas pilhas de revistas, embalagens de plástico, vidrinhos, etc. As crianças, entretanto, podem juntar lascas da própria unha, fios do próprio cabelo, e coisas assim.

Diante da suspeita do TOC os pais devem tentar identificar em seus filhos algumas lesões cutâneas, tanto aquelas conseqüentes da lavagem excessiva das mãos, quanto da auto-escoriação. Devem ser verificados também os trejeitos e tiques, o tempo excessivo gasto para a realização das tarefas (de casa e da escola), buracos nos cadernos ocasionados por apagar seguidamente, solicitação para familiares responderem a mesma pergunta várias vezes, medo persistente e absurdo de doença, aumento excessivo na quantidade de roupas para lavar, tempo excessivo para preparar a cama, medo persistente e absurdo de que algo terrível aconteça para alguém, preocupação constante com a saúde dos familiares.
                                     TABELA 1 - SINTOMAS DO TOC INFANTIL
Sintoma % de indivíduos que queixaram
OBSESSÕES
%
Pensamentos e preocupações com sujeira, germes
40
Medo algo terrível em si ou em alguém amado: fogo, morte, doença
24
Pensamentos sobre simetria, ordem, exatidão
17
Escrupulosidade excessiva, obsessões religiosas
13
Preocupação em perder secreção do corpo, urina, saliva
8
Pensamentos sobre números de sorte ou azar
8
Medo de ter impulsos de agressividade, algo proibido, impulsos sexuais
4
Medo de ferir os outros ou a si próprio
4
Sons, palavras ou músicas intrusas que “não saem da cabeça”
1
COMPULSÕES
%
Lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banhos
85
Rituais de repetição como abrir e fechar a porta, descer escada
51
Checagem de portas, travas, tarefas, luzes
46
Diferentes rituais (manias) de escrever, falar, se movimentar
26
Rituais para se livrar de contaminantes
23
Ter que tocar as coisas
20
Medidas preventivas para não machucar ninguém
16
Arranjar as coisas, colocar em certa ordem
17
Contar e recontar
19
Empilhar ou colecionar
11
Rituais de limpar a casa ou objetos inanimados
6



terça-feira, 15 de novembro de 2011

Alimentos e a síndrome de Tourette

Relação entre alimentos e a síndrome de Tourette

Sempre me fiz esta pergunta: Os alimentos podem influenciar no aumento ou na diminuição dos tiques?

A resposta ainda é um ponto de interrogação.

Existem poucos estudos científicos e muitos relatos de portadores de Tourette sobre o assunto.

Segundo o livro: Tiques,Cacoetes, Síndrome de Tourette , Segunda Edição, organizado por Ana Hounie e Eurípedes Miguel , existe um estudo alemão realizado em 2008 , que avaliou a ação de 32 tipos de alimentos.

Alguns alimentos estão ligados a piora dos tiques, como bebidas com cafeína , bebidas à base de cola, café , chá-preto, chá-verde e chocolate. Ainda foram citados agentes conservantes, açúcar refinado e adoçantes.

O livro fala ainda em várias dietas, mas, ele não deixa de ressaltar a importância do paciente observar qual alimente está relacionado( e se está) à alteração dos movimentos.

"O difícil no caso de criança e adolescente é  retirar alguns alimentos que para eles são considerados manjar dos deuses"

domingo, 13 de novembro de 2011

TDAH no Pograma Alternativa Saúde do canal GNT

TDAH tem me assustado um pouco, admito, ainda não estou totalmente familiarizada com esse transtorno , mesmo descobrindo que convivivo com ele a bastante tempo, tempo até demais, se querem mesmo saber. Tourette e tdha juntas então , me restou uma pesquisa e tanto, e descobertas também. Tenho lido muito procurando maneiras , métodos novos para facilitar a vida do meu filho , numa dessas pesquisas , achei uma reportagem bem interessante sobre tdah, explicada  de uma forma maravilhosa e queria compartilhar aqui , neste espaço!!!!

 

Programa Alternativa Saúde sobre TDAH

  Canal GNT 

 Dia 16/08/2011


Parte 1




Parte 2


Parte 3



Parte 4